St. Denis Medical: onde rir é o único remédio

Comédia hospitalar começa com potencial de expansão e personagens impossíveis de se esquecer

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Um hospital de Oregon, nos Estados Unidos, serve de base para um grupo de funcionários desajustados e uma chefe que desconhece os limites da noção. Este é o St. Denis Medical, lar, também, da primeira temporada da sitcom que tem como diretor-assinatura o já experiente Ruben Fleischer.

A principal correlação é com Superstore, com peões frente e atrás das câmeras retornando na produção. No topo da pirâmide, a administradora Joyce (Wendi McLendon-Covey) tenta segurar as pontas, seguindo o orçamento e alegrando a todos – mas quase nada sai como o planejado.

Criada por Justin Spitzer e Eric Ledgin, St. Denis foi indicada em duas categorias do Critics Choice: Melhor Comédia e Melhor Ator para Grier (Foto: NBC)

A protagonista divide espaço com a enfermeira-chefe Alex (Allison Tolman), uma mulher que equilibra o trabalho com a vida de mãe de família, numa equação que raramente sai positiva para algum dos lados. Os médicos também compartilham certa falta de noção. Dr. Ron (David Alan Grier) projeta uma personalidade relaxada, mas adora controlar as situações.

E o cirurgião Dr. Bruce (Josh Lawson) é todo músculos e nada de cérebro, amaciando o próprio ego entre um corte, uma sutura e uma anestesia. A receita para o desastre, e a mais pura comédia, é favorecida pela enfermeira Serena (Kahyun Kim), que se enxerga estagnada na vida de cidade pequena, e do novato Matt (Mekki Leeper), que chega como estagiário, mantém uma paixão unilateral por ela e teima a errar todo e qualquer procedimento.

Wendi McLendon-Covey interpretou a concierge Marie em um episódio antológico de The Office, e parece ter absorvido as habilidades de liderança de Michael Scott para viver Joyce (Foto: NBC)

Fazer comédia em ambiente de trabalho no ano de 2025 não é tarefa simples, e dificílimo de se manter original, relevante e afiada. St. Denis Medical consegue ticar todos os boxes, com uma gama de fanfarrões em posição de autoridade e uma plateia de pacientes sedenta pelo melhor tratamento, no pior lugar possível para tal.

Transmitida pela NBC ao mesmo tempo em que o público volta a amar as séries médicas na veia dramática de The Pitt, a nova comédia alivia o clima e tira a tensão de quem assiste, mostrando que um hospital não precisa ser sinônimo de sangue, correria e ansiedade. A baixa repercussão nas redes sociais não tornou impeditivo para a emissora renovar St. Denis para a segunda temporada.

A série brinca com a presença online das corporações, recruta diretores de Borat 2 e dos clipes de St. Vincent, além de escalar o sempre hilário Nico Santos (Foto: NBC)

A aposta, embora ainda em cheque, mostra a atenção da fábrica de sucessos em adicionar mais um à estante. São 18 episódios que se dedicam na exploração de relações interpessoais, construção de mitologia própria e ainda à alfinetar o sistema de saúde norte-americano, com suas contas exorbitantes e pouquíssima atenção a quem realmente merece: os doentes. Mas fica o aviso: naquele hospital, o riso é realmente o melhor remédio.

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