Todo mundo conhece Sexta-Feira 13. Você pode nunca ter assistido o filme original de 1980 ou alguma das outras onze obras que vieram depois, mas se você consome o mínimo possível de cultura pop, eu garanto que é impossível olhar para uma máscara de hockey e não pensar em Jason Voorhees. O fato é que o assassino em série que assombrou o acampamento Crystal Lake, lutou com Freddy Krueger, voltou do inferno e acabou parando até no espaço se tornou muito maior no imaginário popular do que prenunciava aquele filme de baixo orçamento lançado nos anos 80.
Assistir o longa de Sean S. Cunningham mais de quarenta anos depois de seu lançamento é hilário. Sem máscara e basicamente sem Jason, Sexta-Feira 13 é um choque para aqueles que procuram o assassino ensandecido banhado em sangue falso e matando jovens com tesão. O sangue está lá, os jovens estão lá, e nós temos um assassino, mas adivinhe: não é Jason – e se você assistiu Pânico, você até já sabia disso. Para os desavisados, a reviravolta é deliciosa. Afinal, não é em todo slasher que o responsável pelas mortes é uma senhora de meia-idade com um suéter azul acinzentado.
Completamente maluca e levemente cômica, Pamela Voorhees (Betsy Palmer) começou a assassinar adolescentes para vingar a morte do filho, que se afogou no lago do acampamento Crystal Lake graças a negligência da equipe de monitores. Uma nova tentativa de reabrir o espaço não terminaria diferente: um por um, os jovens são esfaqueados, dilacerados e pregados na parede em uma noite chuvosa, até a sem graça Alice Hardy (Adrienne King) ser a última de pé. É só aí, nos últimos minutos, logo após uma troca de socos entre as duas personagens, que temos uma palhinha de um dos futuros vilões mais famosos do Cinema. E não é que ele nem faz falta?
Sexta-Feira 13 foi o responsável por inaugurar todos esses clichês de filmes de acampamento que conhecemos e sobrevivem até hoje em homenagens como Rua do Medo: 1978 – Parte 2 e Terror nos Bastidores. As sequências de assassinato orquestradas por Cunningham são extremamente criativas, mesclando câmera lenta e o ponto de vista do vilão como o próprio Michael Myers havia feito dois anos antes. Se a data já não era bem vista há séculos, envolta em muito misticismo e superstições, se tornou feriado nacional para os fãs de terror.
Os créditos podem até ser de Jason, mas tudo isso foi graças a sua mãe.
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