O título original de Late Shift é traduzido para Heroína, papel que cai bem na construção da enfermeira Floria (Leonie Benesch), que vai trabalhar no turno da tarde da ala cirúrgica do hospital e é surpreendida por uma verdade inquestionável: a equipe está reduzida, e os pacientes são muitos.
Denúncia quanto ao esgotamento físico e mental dos profissionais de saúde no país, o filme de Petra Biondina Volpe foi apresentado em Berlim e é o candidato da Suíça ao Oscar 2026. Não é para menos, com uma atuação principal carregada de viscerais reações de cansaço e uma abordagem atípica para o sucateamento dos ambientes públicos.

São apenas 2 enfermeiras trabalhando, com o auxílio de uma estudante que pouco tem de experiência e tempo de carreira. Portanto, Floria precisa intercalar uma dezena de enfermos, entre idosos pouco lúcidos, adultos mal educados e um ricaço que cronometra cada passo e procedimento.
Iguais partes uma bomba-relógio e um termômetro de tensão, o roteiro se apoia na performance de Benesch, uma atriz jovem que acumula filmes de destaque e muita entrega. Depois de protagonizar A Sala dos Professores e Setembro 5, Heroína é seu terceiro longa que circula a temporada de premiações. Não deve demorar muito para que o nome da alemã seja chamado entre as interpretações reconhecidas.

Para os fãs de The Pitt, o longa continua a interminável luta pelos direitos dos funcionários do setor da Saúde Pública. Floria intercala dezenas de funções, e o faz com destreza e muito cuidado, mas nem a melhor enfermeira do mundo é páreo para a falta de uma equipe em sintonia; seu ato de heroísmo não passa despercebido, mas a rotina repetitiva e sintomática dos males da sociedade é forte o bastante para que, no dia seguinte, o trabalho recomece no marco zero.
Deixe um comentário