Drag Race Brasil se reergueu depois de uma estreia cheia de boas intenções e pouco recurso, e a segunda temporada demonstrou o ímpeto de entregar reality de qualidade. Mas não há como enxergar os episódios de 2025 com óculos cor-de-rosa. Montagem confusa e desleixada, decisões estapafúrdias da produção e ausências marcantes na Grande Final foram alguns dos inúmeros tropeços.
A vitória de Ruby Nox, Top Drag de Pernambuco e uma das convidadas da live Descolonize minha corpa,desbinarize minha gênere, foi o ponto alto da season. Mas, num quarteto finalista feito de queens com mais Bottoms que Broches, não foi uma surpresa. O Lip Sync pela Coroa contra Mellody Queen (3 Dublagens e uma Vitória compartilhada) fingiu emparelhar os históricos.
Graças ao bom senso, nada de Lip Sync entre quatro pessoas que mal conseguem se mover no palco e ao som de música em espanhol! Agora, O Amor e o Poder, de Rosana, embalou um número sem espacates ou revelações desnecessárias, com Ruby usando o máximo de seu look rubro-negro, e Mellody despindo-se de todos os ornatos para surgir soberana e abraçada pela bandeira trans.

O episódio 10 começou com a despedida de Bhelchi na mensagem do espelho e as remanescentes competidoras comemorando o feito de chegarem ao topo. Na manhã seguinte, Grag entrou pelas portas centrais do Ateliê, enquanto as filhas desceram a escada da host. A última tarefa é compor, coreografar e performar a inédita Rainha Sempre. Mas, antes, uma conversa franca entre mãe e rainhas.
Cronograma de praxe das Finais, o episódio mostrou, também, as queens eliminadas mandando mensagens direto do confessionário, muito provavelmente para “compensar” a ausência delas na passarela final. No palco principal, Grag performou seu novo lançamento, Sideral.

Melina Blley, Poseidon, Ruby e Mellody apareceram em seguida, com seus versos autorais. O resultado, aquém do esperado, parecia canção de fundo de algum programa matinal ou dominical voltado para os pequenos. Passado isso, a passarela na categoria de Gran Finale Eleganza Extravaganza trouxe looks de impressionar.
Mellody se cravejar de jóias e de uma estrutura verde que transformou a mineira em obra de arte carnavalesca. Poseidon honrou seu nome e veio com tridente e peitoral, numa ideia que pareceu melhor no papel do que desfilando nos palcos de Drag Race. Melina também apostou no verde, mas foi na rota de um cacto glamouroso. Para fechar, Ruby ficou no território semântico, com o preto das rochas envolvendo a silhueta que sangrou o brilho do vermelho – com destaque para uma cabeça cheia de detalhes.

Grag, Dudu Bertholini e Bruna Braga ouviram as queens falarem com as fotos da infância, e Mellody e Ruby tomaram o centro do palco como o Top 2 da temporada. Organzza não apareceu para passar a Coroa, e foi a host que sacramentou Ruby Nox no Hall das Campeãs do programa.
Em São Paulo, na Final ao Vivo com presença do elenco, a pernambucana foi coroada num espetáculo das eliminadas, e com a presença de Erika Hilton, Gaby Amarantos, anúncio da Drag Con por aqui e uma plateia em polvorosa. Viva a Rainha! E que o programa retorne mais cedo (e com capricho para os fãs brasileiros, que tanto consomem, amam e vibram com a arte drag).
Deixe um comentário