Drag Race Brasil – 2×04 | Vale tudo para crescer na audiência 

Ao som de Gal Costa, Drag Race serve primeiro Lip Sync icônico da franquia brasileira

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Abraçando o que pode para acumular prestígio entre os fãs e orçamento para bancar uma temporada internacional de Drag Race, a produção habilmente deixa o Grindr patrocinar o mini-desafio da semana. Como resultado, performances verdadeiramente engraçadas passeiam pela tela, quando as oito queens restantes na competição posam como o melhor dos perfis do aplicativo de pegação.

A risada do momento não anula a tristeza da saída de Paola, que deixou Desirée desolada e alimentou ainda mais a rivalidade com Melina. Sem saber explicar a tara de Grag por palhaços, como definiu a queen baiana, o episódio 4 de Drag Race Brasil prova que, para subir no Ibope, vale de tudo! Até mesmo manipular as pecinhas e deixar as competidoras da maneira perfeita para tal.

Ruby não ganhou o mini-desafio, mas encantou uma parcela do público (Foto: World of Wonder)

Pela caracterização do mini-desafio, Melina Blley ganhou 5 mil reais (para o desespero de Mellody, que colecionou três triunfos e não levou um centavo do programa), e a oportunidade de dividir os três grupos do Desafio Principal. Serão programas diários do canal Grag News, um matutino com papo leve, um vespertino para colocar as fofocas em dia e um noturno ao melhor estilo talk show com entrevistas.

Bom Dia com Bapho: Bruna Braga é a convidada da manhã, recebida por Adora Black, Mellody Queen e Desirée Beck – no que se provou o time do Bottom da Semana. Mas não por mérito das queens, que foram geladas pela jurada, indigesta e indisposta a falar dos temas levantados para a entrevista. Beck, honrando suas raízes como host de canal na internet, trouxe questões atuais e deu palco para Bruna Braga se dirigir aos haters e dar a palavra final. O resultado foi a torta de climão que colocou ela e Mellody para Dublar. 

Bielo Pereira retorna ao painel de jurades (Foto: World of Wonder)

Tricotarde: Dudu Bertholini é entrevistado por Bhelchi, Melina Blley e Mercedez Vulcão – no que se confirmou como o time do Top da Semana. É certo que o formato e a linguagem da paródia do Fofocalizando era mais fácil de manejar e manipular que os demais desafios, mas o trio se saiu mais do que bem. Roubando a cena com encaradas diretamente para a câmera, Bhelchi saltou na frente de Melina, que comandou com mão firme e muito controle do humor. Mais atrás, ficou Mercedez, ótima como coadjuvante em cena; Dudu também arrasou, brincando com as competidoras e oferecendo muito mais que Braga o fez no programa anterior.

The Costas Naite: a jurada convidada Bielo Pereira foi entrevistada por Ruby Nox e Poseidon, que apostaram em piadas ensaiadas e muito humor físico para levar adiante o programa. Nem desastroso como o primeiro grupo, nem versado e em sincronia como o segundo, o trabalho da dupla assegurou uma tranquila passagem pelas Salvas.

Saci Pererê, Caipora, Lobisomem e Boto Cor-de-Rosa na passarela do Drag Race Brasil (Foto: World of Wonder)

No Ateliê, as drags falaram sobre amor sob perspectivas muito divergentes. Adora e Melina compartilharam as felicidades e bençãos dos relacionamentos atuais, com parceiros que as apoiam e amam a arte drag. Por outro lado, o depoimento de Poseidon mais uma vez provou o valor de Drag Race, com falas sobre um namoro abusivo e sobre sair de uma situação dessa. Sem vencer ou dublar, Poseidon continua sendo uma favorita da montagem, que semana a semana coloca a queen em posição de destaque no episódio.

E aí chega a passarela! Na Runway das Lendas Brasileiras, as queens elevaram o nível de capricho, cuidado e entrega do programa, em visuais de bom gosto, orçamento bem utilizado e muitas singularidades. Até mesmo as eliminadas arrasaram, compartilhando nas redes sociais; Chanel iria de Cuca e Paola de Iara.

Vitória-Régia, Mula sem Cabeça, Papa-figo e Onça Caetana na passarela do Drag Race Brasil (Foto: World of Wonder)

Adora Black criou a ilusão perfeita com um Saci fashion. Desirée rebobinou as memórias do tempo do Rá-Tim-Bum com sua Caipora com adornos de perua; e Mellody não economizou nas perucas ao montar seu look de Lobisomem. Unindo a lenda do Boto com o Zé Pilantra, Melina desfilou enquanto ia tirando partes do terno até revelar a forma final do visual – impecável e hipnotizante.

Bhelchi transformou Vitória-Régia em bailarina e delicadamente assegurou o broche da semana, ao mesmo tempo em que Mercedez juntou sem querer o tema do minichallenge com a passarela e fez de sua Mula uma crítica aos aplicativos de relacionamento. Poseidon, no melhor estilo Dragula, trouxe um Papa-figo grotesco, e Ruby Nox impressionou com a prótese na maquiagem em sua belíssima Onça Caetana.

Com Mellody e Desirée dublando Brasil (alguns minutos depois do fim do capítulo de Vale Tudo), Drag Race Brasil abusou das luzes, com pavões formando-se no fundo do palco. Energizante e eufórico, o número ultrapassa qualquer outro Lip Sync da franquia e sedimenta o potencial entregue pela season 2. Por mais que, é claro, a escolha de Gal Costa faria igualmente sentido na passarela passada – mas tudo valeu a pena!

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