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Lançamentos LGBTQIAPN+ para ficar de olho

Com base em reações estrangeiras, promessas e retornos, confira produções queer que prometem dominar os próximos meses

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Junho finalmente chegou e, com ele, o tão aguardado Mês do Orgulho! É a época perfeita para celebrar, refletir e mergulhar em histórias que refletem a diversidade e a resiliência da comunidade LGBTQIAPN+. Para tornar este mês ainda mais especial, preparamos uma lista de lançamentos queer que prometem emocionar, provocar e inspirar. Confira esses destaques imperdíveis:

De Jane Schoenbrun, mesma cineasta por trás de We’re All Going to the World’s Fair: conheça I Saw the TV Glow (Foto: A24)

I Saw the TV Glow

A A24, conhecida por seus filmes inovadores, traz I Saw the TV Glow, uma obra que já está causando burburinho desde sua estreia no Festival de Sundance deste ano. O filme, estrelado por Justice Smith (Generation) e Brigitte Lundy-Paine (Atypical), mistura de forma única drama adolescente e terror. O enredo gira em torno de Owen, um adolescente que descobre um mundo sobrenatural através de um programa de TV misterioso. À medida que Owen se aprofunda neste mundo estranho, ele começa a questionar sua própria realidade, criando uma atmosfera de suspense e introspecção.

I Saw The TV Glow promete deixar uma impressão duradoura, sendo uma reflexão sobre a interseção entre fantasia e realidade, adolescência e maturidade. A narrativa é um estudo psicológico sobre como o escapismo pode afetar a percepção da realidade de um jovem vulnerável. Estamos ansiosos pela data de lançamento no Brasil, pois este filme tem todos os ingredientes para ser uma obra-prima que ressoará com qualquer pessoa que já se sentiu deslocada e procurou refúgio em mundos imaginários.

Ricardo Teodoro, protagonista de Baby, conquistou o prêmio de Melhor Ator Revelação na 63ª Semana da Crítica de Cannes (Foto: Cup Filmes)

Baby

O segundo longa-metragem de Marcelo Caetano, Baby, está pronto para brilhar. Selecionado para a 63ª Semana da Crítica do Festival de Cannes, o filme nos apresenta Wellington, ou Baby, um jovem tentando se reintegrar à sociedade após sair de um centro de detenção juvenil. Nas ruas de São Paulo, conhece Ronaldo, um trabalhador do sexo que decide protegê-lo. A relação entre os dois é complexa, marcada por exploração, proteção, ciúme e cumplicidade.

Baby explora a luta por identidade e pertencimento, abordando temas de reintegração e as nuances das conexões humanas em um cenário urbano caótico. Caetano, que desde Corpo Elétrico causa sensibilidade ao tratar de questões LGBTQIAPN+, cria um retrato realista e empático das dificuldades enfrentadas por jovens marginalizados. Este filme é uma poderosa adição ao Cinema nacional, oferecendo uma narrativa rica em emoção e profundidade.

A Pandora Filmes, responsável pela distribuição do longa nos cinemas brasileiros, anunciou que Motel Destino está previsto para estrear no próximo dia 22 de agosto (Foto: Gullane)

Motel Destino

Karim Aïnouz nos leva ao Ceará com Motel Destino, um thriller erótico que competiu pela Palma de Ouro no Festival de Cannes. O filme se passa em um motel de beira de estrada, onde a chegada de Heraldo, um jovem misterioso, transforma a rotina do local. Com performances marcantes de Iago Xavier, Nataly Rocha e Fabio Assunção, Aïnouz entrega uma narrativa rica em desejo e transformação. A ambientação claustrofóbica do motel intensifica a tensão e o suspense, fazendo com que cada momento seja carregado de significado.

Motel Destino explora as profundezas do comportamento humano, utilizando o cenário isolado do local para intensificar o suspense e o drama. Aïnouz aborda temas como desejo, mistério e a inevitabilidade da mudança. Este filme promete ser uma experiência cinematográfica intensa, destacando mais uma vez o talento do cineasta como um dos autores mais interessantes do Cinema brasileiro contemporâneo.

O filme de Emanuel Parvu foi o grande vencedor da Palma Queer 2024, prêmio independente do Festival de Cannes para o melhor filme LGBT+ (Foto: Vlad Dumitrescu)

Three Kilometres to the End of the World

O drama romeno dirigido por Emanuel Pârvu é uma reflexão profunda sobre o preconceito em uma pequena vila rural. A trama segue Adi, um adolescente de 17 anos que se sente aprisionado em sua própria casa e na vila dominada pela Igreja Ortodoxa Romena. O filme examina as repercussões de um ataque homofóbico, oferecendo múltiplas perspectivas, embora, para a imprensa estrangeira, falhe em explorar plenamente a da própria vítima. A sensação de sufocamento e a atmosfera opressiva são palpáveis, criando um ambiente de tensão constante.

Three Kilometers to the End of the World realiza um estudo tenso sobre a luta de Adi para escapar de uma vida marcada pela opressão e pelo medo, destacando as duras realidades enfrentadas pela comunidade LGBTQIAPN+ em ambientes conservadores. Pârvu utiliza o calor sufocante do verão e a paisagem rural para simbolizar o peso do preconceito e da intolerância. Este filme é uma representação crua e honesta das dificuldades de ser jovem e gay em uma sociedade profundamente conservadora e religiosa.

The People’s Joker foi retirado de exibição no Festival de Cinema Internacional de Toronto por falta de autorização da Warner Bros. para o uso dos direitos do vilão da DC (Foto: Altered Innocence)

The People’s Joker

The People’s Joker, dirigido por Vera Drew, é uma paródia ousada do Coringa que enfrentou controvérsias antes mesmo de sua estreia. Após disputas legais com a Warner Bros. Pictures, o filme finalmente foi lançado nos cinemas dos Estados Unidos. Utilizando a imagem icônica do Palhaço do Crime, Drew conta a história de Joker the Harlequin, uma mulher trans tentando encontrar aceitação. Com um elenco diverso e técnicas de filmagem inovadoras, incluindo animação e live-action, o filme é uma celebração do talento queer.

The People’s Joker aborda temas de preconceito, autoritarismo e isolamento, oferecendo uma narrativa satírica e poderosa. A coragem de Vera Drew em enfrentar grandes corporações para contar sua história é inspiradora, e o filme promete ser uma obra significativa para a comunidade trans e para o Cinema independente. Este lançamento é um testemunho da importância de contar histórias diversas e de desafiar as normas estabelecidas através da arte.

Em Close to You, Dominic Savage e Elliot Page escreveram a história juntos e também atuaram como produtores (Foto: Toronto Film Festival)

Close to You

Estrelado por Elliot Page, Close to You é uma história emocionante que estreou no Festival de Cinema de Toronto. O filme segue Sam, que retorna para casa após sua transição de gênero, para uma reunião de família. Enfrentando perguntas e comentários constrangedores, Sam busca aceitação e compreensão em um ambiente familiar desafiador. Co-escrito por Elliot Page e Dominic Savage, que também dirigiu o filme, Close to You reflete a própria jornada de Page, abordando temas universais como conexões humanas e a necessidade de ser visto e compreendido.

Close to You promete provocar reflexão e empatia no público, oferecendo uma narrativa autêntica sobre a experiência trans. Para a crítica, a atuação de Page é uma das grandes forças do filme, trazendo uma profundidade emocional que ressoa com a audiência. Este filme é uma poderosa declaração sobre a busca por aceitação e amor em meio a desafios pessoais, e é uma adição significativa ao crescente corpo de trabalho de Page como ator e defensor dos direitos trans.

Depois de Rivais, o cineasta italiano chega com Queer, estrelando Daniel Craig (Foto: AP Photo/Matt Dunham)

Queer

Luca Guadagnino nos traz Queer, uma adaptação do clássico LGBTQIAPN+ de William S. Burroughs, estrelada por Daniel Craig. Baseado na obra autobiográfica de Burroughs, o filme acompanha Lee, um expatriado americano na Cidade do México, que se envolve em uma relação intensa e obsessiva com Allerton, um jovem ex-oficial da Marinha. Guadagnino, conhecido por sua habilidade em explorar a complexidade das relações humanas, promete uma narrativa rica em desejo e obsessão.

Queer mergulha nas profundezas do desejo e da obsessão, oferecendo uma exploração crua e honesta das emoções humanas. A atuação de Daniel Craig promete ser um dos pontos altos do filme, trazendo à vida a complexidade e o conflito interno de Lee. Guadagnino, com sua direção sensível e detalhada, pretende transformar a obra de Burroughs em uma experiência cinematográfica intensa e emocional.

Após a indicação ao Oscar por Assassinos das Lua das Flores, Gladstone brilhou na minissérie Under the Bridge (Foto: Apple TV+)

Fancy Dance

A Apple TV+ apresenta Fancy Dance, estrelado por Lily Gladstone. O filme narra a história de Jax, que cuida de sua sobrinha Roki após o desaparecimento de sua irmã. Vivendo na reserva Seneca-Cayuga, Jax enfrenta a possibilidade de perder a custódia de Roki. Determinada a manter a família unida, elas embarcam em uma jornada para encontrar a mãe desaparecida de Roki. Fancy Dance aborda as complexidades enfrentadas pelas mulheres indígenas, destacando a resiliência e a luta por justiça em um sistema falido.

Com uma narrativa crítica, Fancy Dance mergulha nas realidades das comunidades indígenas e a força do amor incondicional. Lily Gladstone entrega uma performance intensa, capturando a determinação e a vulnerabilidade de Jax. O filme promete ser uma obra-prima que aborda temas de identidade, resistência e a luta por justiça, oferecendo uma visão autêntica e empática sobre a vida nas reservas indígenas.

Durante exibição no Festival Sundance de Cinema, Netflix adquiriu o documentário estrelado por Will Ferrell (Foto: Sundance Institute)

Will & Harper

Este documentário dirigido por Josh Greenbaum é uma exploração íntima de amizade e transformação. Quando Will Ferrell descobre que seu amigo próximo está se assumindo como uma mulher trans, eles decidem fazer uma viagem de carro pelo país para processar juntos essa nova fase de seu relacionamento. Will & Harper explora as complexidades da amizade e da aceitação em um cenário de mudança pessoal significativa. O filme destaca a importância do apoio, amor e compreensão, mostrando como a verdadeira amizade pode superar barreiras e evoluir.

A jornada de Will e Harper é um testemunho do poder da amizade e da resiliência humana. Greenbaum captura momentos de vulnerabilidade e força, oferecendo uma visão autêntica e sensível sobre a transição e o impacto que ela tem nas relações pessoais. Este documentário é uma celebração da amizade e da aceitação, e promete tocar profundamente qualquer pessoa que já tenha enfrentado mudanças significativas em sua vida.

O longa-metragem foi exibido na competição Mundial de Drama no Festival de Cinema de Sundance (Foto: Fox Cub Films)

Layla

Layla, dirigido por Amrou Al-Kadhi, é um drama britânico que segue a vida de uma drag queen árabe em sua jornada de autodescoberta e amor. Layla enfrenta desafios na vida e encontra o amor pela primeira vez, o que a leva a uma profunda transformação. O filme aborda as realidades das pessoas queer em contextos culturais específicos, oferecendo uma visão sensível e autêntica sobre identidade e aceitação.

Layla destaca a luta pela auto aceitação e a busca por ser fiel à própria identidade em meio a pressões externas. A atuação do elenco e a direção de Al-Kadhi trazem à vida uma narrativa rica em emoção e autenticidade. Este filme é uma adição poderosa ao Cinema queer, oferecendo uma perspectiva rara e necessária sobre as experiências das pessoas LGBTQIAPN+ em contextos culturais específicos.

Na série, Daniel Brühl e o ator Théodore Pellerin, que interpreta o escandaloso par romântico do designer, discutem sobre realidade, ficção e os bastidores da moda (Foto: Disney+)

Becoming Karl Lagerfeld

A série biográfica, disponível no Disney+, promete levar os espectadores ao mundo glamouroso da moda dos anos 1970. Protagonizada por Daniel Brühl, retrata a ascensão de Lagerfeld e suas interações com figuras icônicas como Yves Saint Laurent e Andy Warhol. Além de explorar sua genialidade criativa, a série não hesita em abordar as controvérsias que cercaram o estilista, incluindo críticas de feministas, ambientalistas e muçulmanos.

Becoming Karl Lagerfeld é uma produção que promete não só mostrar o glamour, mas também o lado mais sombrio e complexo de uma das figuras mais controversas da Moda. Estreando em 7 de junho na Hulu e disponível no Brasil pelo Disney+, a série é uma oportunidade de mergulhar na mente brilhante e tumultuada de Karl Lagerfeld, compreendendo melhor o homem por trás do ícone.

A produção tem a missão de honrar o legado de todos aqueles que partiram diante da negligência do estado e do preconceito que a AIDS gerou nos anos 1980 (Foto: HBO)

Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente

A nova minissérie brasileira da Max é baseada em fatos e promete trazer uma narrativa emocionante. Ambientada nos anos 80, a série conta a história de comissários de bordo que contrabandeavam o antirretroviral AZT para o Brasil em plena epidemia de AIDS/HIV. Protagonizada por Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer e Ícaro Silva, a série captura o glamour da aviação brasileira e a vibrante cena LGBTQIAPN+ do Rio de Janeiro da época.

As gravações em locais icônicos como a Lapa prometem autenticidade e nostalgia, transportando os espectadores para uma era de resistência. Máscaras de Oxigênio não só celebra os atos heróicos de seus protagonistas, mas também oferece uma visão crítica sobre a falta de acesso a medicamentos vitais e a luta contínua da comunidade LGBTQIAPN+ por direitos e reconhecimento. A série é uma promessa de emoção e reflexão, com estreia prevista ainda para 2024.

Bom, é melhor preparar a pipoca porque esse Mês do Orgulho nos presenteou com uma seleção diversificada de lançamentos que não apenas nos entretêm, mas também nos desafiam a pensar e a sentir. Que essas histórias inspiradoras permaneçam conosco e nos guiem em direção a um futuro mais brilhante e igualitário. No entanto, não se empolgue muito rápido! A maioria dessas produções ainda não aterrissou em solo brasileiro e, acredite, a previsão de chegada é tão misteriosa quanto a  estreia da nova temporada do Drag Race Brasil. Então, o que trouxemos aqui são as reações fervilhantes das exibições internacionais.

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