Drag Race Brasil – 2×05 | O Snatch Game virou Xou da Xuxa (Verde)

Capítulo estranho quanto à montagem devolve temporada brasileira ao limbo

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Depois de um episódio sem eliminação, Drag Race Brasil sela a paz entre Melina Blley e Desirée Beck com uma bananeira — desta vez uma bem executada e ensaiada. E logo é hora do Desafio: o Snatch Game.

Sem tempo para mini-challenges ou bate-papo, Grag introduz a bucha da semana e traz junto dela os conselhos e a presença magnética de Kelly Heelton, brasileira que competiu no Drag Race Alemanha.

A bananeira da paz durou pouco, já que o Win da semana ficou entre Melina e Desirée – para o descontentamento da The Diva (Foto: World of Wonder)

A melhor jurada convidada da temporada oferece insights que só alguém que passou pelo mesmo ambiente poderia, além de servir também nos dois looks que desfila e nas piadas que troca com as competidoras.

Já corta para o palco principal, onde Grag introduz o Snatch Game 2.0, que tem Kelly e Dudu Bertholini na bancada de competição. As perguntas variam entre o sucesso de Fernanda Torres, os empreendimentos de Andressa Urach e os feitos de Madonna depois do show de Copacabana. Ou seja, mantém-se as atualidades nacionais com direito a shade. Vamos passar de queen em queen:

Kelly venceu o Snatch Game em sua temporada e agora volta para participar e julgar as queens do Brasil (Foto: World of Wonder)

Ruby Nox é Clodovil: a rata de Recife apostou numa figura imaterial da cultura brasileira, e acertou no tom de voz e das piadas, com aquela classe que o apresentador era conhecido. Apesar de acabar entre as Salvas, Ruby destacou-se em mais um desafio que Drag Race joga em seu colo. E o look de La Ursa, cheio de sensualidade e esmero técnico, só adiciona pontos ao seu impecável histórico no programa.

Melina Blley é Milton Cunha: um arraso! Da maquiagem ao figurino aos maneirismos e o conteúdo das falas, a queen arrasou em tudo. Ficou com a medalha de prata, talvez pela “facilidade” de inserir o carnavalesco no mundinho de Drag Race; na passarela, o visual club kid trabalhado nas pelúcias foi de cair o queixo.

Ruby merecia uma vaga nas Melhores da Semana, mesmo que a edição tenha mostrado pouco de seu Clodovil e das interações com o Milton Cunha de Melina (Foto: World of Wonder)

Poseidon Drag é Júlia a Única: embora demorou algumas piadas para que eu identificasse a personagem, Poseidon conseguiu soltar as frases conhecidas e fez o melhor que pôde com um material ralo. Ficou no Low, salva pelo look bafônico que ia de Sansão à dominatrix num pulinho de coelho.

Mercedez Vulcão é Elke Maravilha: desde a introdução do capítulo, quando a queen falou sobre a pressão e este desafio ser o momento ou vai ou racha de sua trajetória, ficou claro que Vulcão ou iria sair com broche ou iria sair do Ateliê. O medo de caçoar de Elke, aliado a um visual escasso de capricho nos detalhes, transformou-a na terceira eliminada do Drag Race Brasil. Merda, Mercedez!

Poseidon elevou o nível com a passarela, enquanto Mercedez não se salvou da eliminação (Foto: World of Wonder)

Desiree Beck é Xuxa Verde: a escolha mais arriscada e nichada do episódio ficou a cargo da Perua. E para exorcizar o passado do Caravana das Drags, Desirée trouxe a Xuxa Verde com toda sua mitologia, boneco, disco ao contrário e até uma cartinha da querida fã Hellena Malditta (pena que o desejo dela de vencer a Coroa vai ficar no campo da imaginação!). A vitória de Desirée, junto de um look caprichado mas aquém dos detalhes que outras queens trouxeram para a passarela, parece mais como um afirmativo para o amanhã. Que as futuras competidoras apostem no arriscado e tentem o desconhecido.

Adora Black é Linn da Quebrada: aqui é o caso de uma celebridade que possui uma dialética própria e difícil de se misturar. As rimas, considerações, poesia e o timbre de Lina foram a armadilha para Adora, que ensaiou algumas referências (o limão mofado, nada inocente!), mas não fugiu disso. No fim, o look de silhueta fantástica e textura admirável não salvou a pior performance da semana — mas o Lip Sync ao som de Tombei deu sobrevida a fashion queen. Semana que vem tem desafio de costura, o que pode eletrizar Adora e devolvê-la ao topo da matilha. 

A coroa do Snatch Game continua na Bahia! (Foto: World of Wonder)

Bhelchi é Maya Massafera: sem voz, mas com muito arsenal humorístico, Bhelchi jogou seguro mas fez bonito. Sua Maya tinha a rouquidão, a futilidade e os trejeitos necessários para que Grag e os competidores morressem de rir. Na passarela, desfilou seu visual furry diretamente para o grupo das Salvas.

Mellody Queen é Karol Conká: a mineira não precisou encarar um tombo, e a vida depois da queda (o Lip Sync ao lado de Desirée) provou-se gloriosa. No Top 3, Mellody impressionou com uma ursa gélida na runway, e no desafio conseguiu filtrar o necessário para que sua Karol soasse fiel e ao mesmo tempo original. E quando as câmeras cortam para ela no anúncio da música da Dublagem, Mellody sorri, ciente da ironia. 

Ninguém colocou Mellody no paredão, já que sua Karol Conká parou no Top da Semana (Foto: World of Wonder)

O Snatch Game da segunda temporada representou um sólido desafio para o elenco, mas ficou claro que nenhuma das oito queens superou a dominância da Narcisa ou Dilma da temporada anterior. Não tem problema, já que quanto mais, melhor! 

A montagem do episódio, omitindo risadas, interações e cortando fatias sem discernimento à opinião dos jurados, gerou um ruído barulhento por parte de competidoras e da apresentadora. Sinal de que, na sala de edição, Drag Race Brasil precisa de um Makeover

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